[Histórias] Camila Yoshie Hamasaki

[SS] Falar da Camila Yoshie Hamasaki é falar de emoção, falar de sinceridade e do significado real da palavra parceria. Pessoa de sorriso marcante, um olhar penetrante, uma risada que faz você sorrir, de um temperamento forte que “esconde” um coração mole. Para dividir essa responsabilidade de homenageá-la, convidei algumas pessoas, para contar um pouquinho sobre ela e sua trajetória no esporte.

[TH] Yoshie, seu nome estava escolhido bem antes de ser concebida, quando eu ainda namorava seu pai!  E, de repente, Buuummm, chega à notícia de que nossa tabelinha estava vindo, eu, com 22 anos e seu pai, com 20 aninhos, dando início à “família trapo”! Bem, o nome já estava escolhido, então, tudo bem!  Simples assim! Sim, porque fomos aprendendo, na prática, que o amor incondicional faz com que tudo seja possível, e ainda com o apoio dos familiares, dos amigos, nada poderia dar errado! E nada deu errado, minha filha!

[CA] A Yo começou a treinar com sete anos de idade, ela já frequentava o clube Nikkei, pois o tio Nestor (pai) participava do beisebol. Um dia ela estava brincando no parquinho, foi quando a Isis e a Karine a convidaram para treinar, no dia seguinte ela já apareceu e não parou mais. E desde pequena ela sempre teve esse espírito de liderança, esforçada, brava, mas com o coração mole, e sempre apresentou o espacate perfeito no fasto (isso é marca registrada).

Quando éramos mirins, ganhávamos tudo, até que teve o primeiro campeonato Brasileiro e nós perdemos. Desde então fomos sempre vice, sempre perdíamos para Maringá, e como sempre, chorávamos muito, ficávamos muito sentidas, até as mães choravam conosco.

Aos 12 anos, a Yo foi pra Alemanha com a família, ficaram dois anos e neste tempo perdemos nossa capitã. Apenas fisicamente, pois ela esteve sempre presente em nossos corações e de longe estava sempre torcendo por nós, eu lembro que fazíamos até terapia (hahaha) para superar . Nunca perdemos o contato, ela sempre nos enviava cartas e fotos, era uma alegria só quando chegavam as cartinhas. Ela voltou, e nós continuamos sempre no quase, sempre por muito pouco, nunca fomos campeãs brasileiras (84/85).

[LW] Conheço a Yoshie a muitos anos, mas jogávamos em times diferentes. Saímos juntas muitas vezes, até quando resolvemos jogar no mesmo time e eu fui para o NKC (Nikkei Curitiba) sabendo que o técnico era o Sensei Shoki (já conhecido pelo Central Glória). Jogamos o juvenil por dois anos.

A Yo parou e eu voltei para o CG. Nove anos depois a convidei para jogar no CG informando que o técnico seria o Sensei Shoki, na hora ela aceitou.

[TY] Depois de muito tempo sem jogar, a Yoshie retomou a carreira softbolística através do convite da Lika e voltou a praticar o esporte da sua vida, mas agora defendendo outras cores, o time do Central Glória, devido também (e principalmente) a presença de nosso grande e eterno sensei Shoki. Era o pacote completo, amigas (de longa e curta data), senseis de peso e um clube pelo qual se identificou desde o início. Logo de cara, pode-se perceber o espírito de liderança que voltava a aflorar cada vez que pisava no campo, e não demorou muito para que fosse nomeada capitã do time. E assim permaneceu (e permanece até hoje).

De lá pra cá, foram muitas viagens e jogos memoráveis. Boas e divertidas histórias pra se contar, treinos, churrascos, praias, viagens e tudo mais que se tem direito dentro dessa família que só o softbol nos proporciona. Aos poucos, aquela cara brava, com o olhar de canto, frases curtas e grossas, transformava-se em uma referência de pessoa querida (em termos hahahaa), simpática, engraçada e parceira. Brincadeiras à parte, quem tem a oportunidade de conhecê-la de verdade, sabe o privilégio de poder ter uma amiga assim por perto.

[SS] É difícil recordar de como ou onde conheci a Yo. Muito provavelmente foi em algum campeonato, entre um jogo e outro, onde o pessoal de todos os times se reunia e ficava conversando. E a partir daí foi ICQ de madrugada para não pagar o pulso (lembra?), MSN Messenger e por aí vai. Quando começamos a jogar os torneios de Soft Misto, não tinha tempo ruim, era convidar e ela pegava o ônibus da madrugada de Curitiba para São Paulo e ia jogar com o X-Team.

Foram muitos mistos, muitos títulos, algumas camuflagens, muitas broncas, risadas incontáveis e os melhores conselhos que algumas cervejinhas podem trazer. Mas não é só de Softbol que se vive, muitas vezes ela mandava mensagem comunicando que estava vindo para SP e queria fazer alguma coisa e assim sempre foi feito. Ela chegava, fazia o que tinha para fazer e bora curtir a vida. Alibabar (desenterrei), casa da Aline (kennngggsss), batata frita de forno, corrida de carrinho de supermercado, fuga de rodízio de SP pra não tomar multa e tantas outras doideiras que é melhor não falar.

[SH] Conheci a Yo em 2015, quando ela e outros atletas do Central Glória , dirigidos pelo incrível Sensei Shoki, foram para Florianópolis oferecer uma clínica de softbol pra o Floripa Ichiban. Desde então ela se tornou uma grande amiga para todos nós. A Yo sempre foi muito receptiva, proativa e trouxe muita experiência “softbolistica” para a minha vida. Por intermédio dela construí grandes amizades com muitos times, e participei de vários campeonatos que não imaginei participar. Juntas nós participamos de alguns acontecimentos importantes em SC, como formar o primeiro time feminino de SC (2017) jogando no Campeonato Catarinense de Softbol, e de alguns Tunicamps com o time da UFSC de Araranguá–SC.

[CA] Saudades da nossa infância, éramos felizes com tão pouco, éramos incansáveis também. Terminava o treino da manhã e já íamos jogar futebol, caçador, betes, guerrinha de potinhos de kinder ovo com refri, assinar os cadernos de confidências e depois mais treino e pra fechar sempre dormíamos uma na casa das outras e não sei porque gostávamos de madrugar

Gente, dormir pra que? Nem estávamos cansadas, (pra que isso? É tão gostoso dormir!) no outro dia cedinho, estávamos lá de novo, fazendo o que nos deixava felizes, com muito amor, garra, e broncas também, afinal ninguém é de ferro e as vezes fazíamos corpo mole, mas logo sensei mandava correr hahaha

[TY] Em todas suas aventuras, podemos também destacar o incrível papel como auxiliar técnica de categorias menores (sub 17 – sub 19) do Central Glória, quem joga sabe a importância de se incentivar e poder passar o aprendizado para as mais novas (além da oportunidade de aprender com elas também), e mais recentemente na seleção brasileira Adulta (Sul-americano Guayaquil – 2019), na qual precisou se virar nos 30 para dar conta de ser manager, auxiliar, “tia” e amiga ao mesmo tempo. Posso dizer que tudo o que passou ao longo desses (34? hahahaha) anos serviu como uma bela bagagem para que você pudesse brilhar (novamente), antes e durante aquele campeonato.

Não ficarei aqui relembrando seus prêmios individuais ou então dos campeonatos mais marcantes. Nosso time não é daqueles que são lembrados pelos milhares de títulos conquistados ou por terem em seu Line-up as maiores estrelas do softbol brasileiro. Nosso reconhecimento sempre foi medido pela incrível sintonia, vibração e união que temos dentro e fora do campo. Por sermos capazes de juntar diversas gerações dentro de uma só equipe. Por estarmos durante todo esse tempo ali por AMAR o que fazíamos e transbordar alegria simplesmente por estarmos juntos! E você, Yoshie, durante todos esses anos, foi uma das grandes responsáveis por isso!

[CA] Yo minha amiga de infância, tenho muita admiração pela mulher que você se tornou, e sou muito grata a Deus por ter me presenteado com a sua amizade, com o seu amor, com a sua luz! E pelo jeito a vida no soft vai longe, sorte de quem tem o prazer de ter você ao lado, desejo que você siga sempre brilhando, levando luz e leveza pra todos, voa alto, voa longe quianxa! Amo você!

[ST] Sempre que pode, ela volta pra Floripa, ou eu vou para Curitiba para darmos algumas risadas e jogar softbol. Por onde ela passa deixa muita alegria e nos torna pessoas melhores com sua energia, liderança, e persistência. Ela acredita nas pessoas até quando elas mesmas não enxergam seu potencial! Muito brigada Yo, por tudo que você faz por mim e por toda Santa Catarina!

[SS] O mais impressionante e marcante da Yoshie é a sua sinceridade. Ela fala o que tem para falar na sua cara, não manda recados. Sempre com um olhar marcante, penetrante e que compensa com um sorriso cativante. Sem tempo ruim, ela pode estar ocupadíssima, mas não sabe deixar de ajudar o próximo. Às vezes, quando está inspirada, se arrisca a escrever (poderia ser mais né??), e quem leu sabe da força e da profundidade de seus textos, que assim como ela é de puro sentimento, pura entrega e envolvimento.

Eu sou muito fã dessa traquinas (não ia deixar passar ^^), uma pessoa honesta, sincera, companheira, brava do coração mole e amiga para todas as ocasiões.

[TY] Sei que não é você aqui falando, mas tenho absoluta certeza do quanto é grata por tudo que viveu e por todas as pessoas que passaram por seu caminho! Pela linda família, pelos técnicos que contribuíram na sua formação pra vida (Sensei Shoki, Marcelo, entre tantos outros), pelos amores e amigas que tornaram mais fácil e divertido o caminho (afinal só a gente sabe a dor e o amor de se fazer o que se faz). Sei o quanto toda essa trajetória contribuiu e continua contribuindo para seu desenvolvimento em todos os sentidos!

Hoje estamos aqui agradecendo por Deus ter colocado você em nossas vidas! Por todos os momentos em que foi filha, amiga, capitã, irmã. Por tudo que te trouxe até aqui! Que muitas outras pessoas possam te olhar e levar a vida com a leveza que você leva. Que possam se inspirar e também ajudar outros times que estão iniciando e/ou se manter presente em outros pelos quais já fazem parte.

[TH] Você se tornou uma mulher forte, guerreira, sabendo seguir seu caminho, batalhando por sua felicidade! Vejo que sempre está rodeada por pessoas do bem, que torcem por você e vice versa! A maior felicidade dos pais é ver e sentir que suas crias trilharam seu caminho, com dignidade e caráter! Talvez nós, seus pais, não saibamos nem da metade das dificuldades pelas quais passou; talvez a gente conheça apenas as Glórias, porque você é assim, vai e resolve! Admiro muito, muuuuiito você, que nos ensina que a nossa felicidade depende de nós mesmos!  E também a admiro por sempre estender a mão para aquela pessoa que passam por um momento difícil, com seu jeito de mãezona e amiga!!  Às vezes, um jeitinho de ogra, como você mesma diz, mas de um coração gigante!

Essa mulher, filha, irmã, amiga, atleta, profissional, que segue iluminada e abençoada, fui eu que fiz! Mas como seu pai reivindica esse #fuieuquefiz, eu digo então #ofornofoimeu, com muito amor, orgulho e admiração! A sua felicidade é a nossa felicidade! Estamos muito orgulhosos por esse carinho, esse cuidado, essa homenagem que está recebendo! Amamos muito, muuuuiito você e estaremos SEMPRE aqui!

Galeria

Agradecimentos especiais às pessoas que ajudaram: Tania Setsuko Hamasaki, Cintya Aiko, Karina Lika Watanabe, Shantau Stoffel, Tsuani Yamaguishi e Samy Silva.